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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O Debate Sobre a Industrialização


Todavia que a demorada recomposição da indústria soviética não permitia satisfazer a procura agrícola, os lavradores, sobretudo os mais potentes, dirigiam-se para o mercado mundial para obter o melhor preço para as mercadorias que precisavam e, simultaneamente, faziam pressão para instituir um marco onde situar as suas poupanças com uma rentabilidade mais elevada, isto é, no exterior da República soviética. À roda dos anos vinte os preços industriais arremessavam, os produtos agrícolas armacenavam-se, as cidades passavam fame e punha-se, assim, em questão o monopólio do comércio exterior. A tremenda pressão exercida faz-se notável no seio do Partido e Estaline converteu-se em expressão e porta-voz dos que desejavam terminar com o monopólio.(112)
A solução exprimida por Bukharine para dar saída à revolução consistia, basicamente, em diminuir os preços industriais e, desse jeito, sossegar os campesinos favorecendo a transferência de valor em direcção ao sector agrícola, que haveria fornecer matérias primas para a indústria e as indispensáveis exportações com as que mercarem nos exteriores bens manufacturados. Os capitais privados seriam reparados mediante impostos e empréstimos ajudando, então, o fundo de inversões para o acrescentamento da indústria e, à vez, permitia-se que a burguesia goza-se dum mercado para os seus produtos. Qualquer adiamento de recursos que tirasse parte da quantia da renda agrária não faria mais que demorar o desenvolvimento industrial. Isto é o que significava “enriquecei-vos!”(113) e o “socialismo ao passo de tartaruga”.(114) Um incremento de emprego industrial, segundo a argumentação de Bukharine, coadjuvaria um aumento das inversões estatais que enfrearia a produção de alimentos e, polo tanto, o descendo da demanda dos sustentos para os trabalhadores da indústria causando tensões inflacionárias e importações alimentícias em vez da compra de elementos industriais. Isto exigia, dentro do método discursivo, que na rama industrial a produção teria de ser levada para um programa que favorecesse as indústrias intensivas em trabalho e poupadoras de capital, isto é, as de bens de consumo vinculadas à agricultura. A partires de aqui a conclusão fazia-se absolutamente lógica: o medre dos bens de producção só poderia ser efective em tanto acrescentasse a indústria ligeira que, por sua vez, demandasse bens da pesada articulando deste jeito os sectores produtivos. No seu escrito “A nossa política económica e os nossos objectivos”(115) diz:
“A acumulação na agricultura significa a demanda crescente de produtos da nossa indústria. O que, por sua vez, estimula um forte desenrolamento da nossa indústria, que produze um efeito positivo sobre a agricultura.”(116)
Um outro discurso consistia em lançar um plano industrializador centralizado que favorecesse, à vez, a coletivização do campo. Esta era a moção da Oposição de Esquerda e nomeadamente, a proposta por Preobazhenski e Trotski.
A Oposição de Esquerda chegara à conclusão de que na estratégia fazia-se indispensável articular um fundo de acumulação socialista, quer dizer da indústria estatal, sem por isso reduzir as rendas no agro. Mas, nas contradições que operavam no seio da formação social Soviética onde pugnavam dous sistemas antagónicos: a lei do valor, que pretendia dominar o conjunto da economia submetendo tudo o processo produtivo à lógica do mercado, e a lei de acumulação socialista primitiva, onde “a acumulação nas mãos do Estado dos recursos material obtido principal ou, à vez, de fontes situadas além do complexo da economia do Estado”,(117) somente se poderiam obter esses recursos através da economia agrícola mercantil, submetendo a produzo agrária para o desenvolvimento industrial.
O desconjuntamento da economia Soviética tinha como resultado o enfraquecimento do socialismo. Para emendar isto se impunha uma planificação económica que desse lugar a uma acumulação de orientação socialista que combatesse a lei do valor. Este planejamento organizaria ao conjunto da economia harmonicamente: a moeda, as inversões, a fiscalidade, a política de preços, as finanças e o comércio exterior.
De necessidade isso obrigava uma série de medidas que, grosso modo, consistiam: uma discriminação ao sector privado do uso dos créditos fornecidos pola banca do Estado, o desprazamento dos intermediários privados entre os sectores estatais e os particulares e, paralelamente, a presencia principal do Estado dentro dos intercámbios dos mesmos sectores privados; em atenção à política alfandegária um apoio para os interesses estatais defronte aos privados, uma política fiscal que tivesse maior pressão sobre os intermediários privados e incrementos de cargas impositivas em razão dos ingressos de cada camada campesina; empréstimos do campesinato para o Estado e uma política monetária expansiva que deprecasse temporalmente o valor da moeda em circulação.
Os razoamentos de Preobazhenski e de Trotski eram que, pola política levada na diminuição dos excedentes agrários e pola medrança dos preços, os camponeses não tinham necessidade de vender uma parte maior da produção para obter um saldo positivo nas contas e, por isso mesmo, incrementavam o consumo próprio reduzindo a oferta de disponibilidade.
A industrialização encelerada coadjuvava determinar os ritmos e as preferências do crescimento, principalmente para os sectores da indústria pesada, que implicava tanto uma maior taxa de medre da produção como uma ampliação dos fundamentos da acumulação e da reprodução ampliada.
Trotski e a Oposição de Esquerda procuraram, bastante longe de posições atentistas embora inseridas nas noções de base Marxista, impulsionar a industrialização do país dos sovietes mais cedo do que Estaline, de forma mais racional e com menor sofrimento sem dúvida, mas também compreenderam que a sorte da Revolução de Outubro elucidar-se-ia, em definitivo, polo desfecho da luita de classes no plano internacional. Esta férrea defesa dos pressupostos segue a ser válida, tanto ontem como hoje, enquanto é científica, enquanto é a única correcta.

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