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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

NOVA ESQUERDA PRETENDE MOSTRAR SUA FORÇA NESTE DOMINGO




Por Celso Lungaretti - Jornalista e Escritor

"Nós, sobreviventes da utopia revolucionária, combatentes na luta por justiça e liberdade em nosso país e dispostos a nunca mais aceitar que aqui se implante uma ditadura, com o objetivo de construir o poder popular e implantar a democracia direta, levamos ao povo brasileiro a proposta de construção da Nova Esquerda, como espaço de integração, articulação e de fortalecimento das forças progressistas e revolucionárias do Brasil."

Assim se manifesta mais um agrupamento em gestação, neste momento em que várias forças de esquerda redobram esforços para preencherem o vazio aberto pela decadência do PT, que acelerou-se com seu desempenho sofrível nas últimas eleições municipais.

A Nova Esquerda se define como um "espaço político ideologicamente supra e pluripartidário, que tem como objetivo congregar e integrar todos os setores da esquerda brasileira, dos mais diversos partidos progressistas, movimentos sociais, organizações populares, redes e coletivos, para (...) se consolidar como movimento teórico e ideológico de ampla atuação de massa no país em defesa da democracia como valor universal e na construção do socialismo como modelo de desenvolvimento".

Neste domingo (8) vai promover encontros municipais nos quais será discutida, por três horas, a conjuntura nacional e internacional após as eleições municipais. Mais informações podem ser obtidas no blogue da Nova Esquerda ou por seu email.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

HÁ QUATRO ANOS DO REFÚGIO DE JULIAN ASSANGE NA EMBAIXADA DO EQUADOR: ABAIXO A PERSEGUIÇÃO IMPERIALISTA AO FUNDADOR DO WIKILEAKS!



Por Liga Bolchevique Internacionalista

Já se completaram quatro anos desde que, em 19 de junho de 2012, o ciberativista australiano Julian Assange, se refugiou nas dependências da embaixada do Equador, em Londres. O fundador do Wikileaks encontrava-se perseguido e acuado pelo governo dos Estados Unidos e vários de seus aliados (Reino Unido e Suécia, principalmente). A justiça sueca exige que Assange apresente-se em Estocolmo para testemunhar pessoalmente sobre as acusações de agressão sexual forjada, um cortina de fumaça para calar o ativista para depois deportá-lo para as masmorras dos EUA. Desde o BLOG da LBI, que se solidarizou com o jovem soldado Bradley Manning, o real responsável por dar visibilidade mundial ao WikiLeaks e demonstrar que o verdadeiro terrorista é o imperialismo ianque através da cópia de arquivos provenientes da “diplomacia secreta” dos EUA, exige também o fim da perseguição e da farsa judicial contra Assange, como fizemos há quatro anos atrás, no artigo escrito poucos dias depois de seu refúgio forçado na embaixada do Equador, que reproduzimos novamente como parte da campanha em solidariedade ao fundador do Wikileaks!

ABAIXO A AMEAÇA IMPERIALISTA À SOBERANIA DO EQUADOR! LIBERDADE IMEDIATA PARA BRADLEY MANNING, A VERDADEIRA FONTE DO “WIKILEAKS”! ABAIXO A FARSA JUDICIAL CONTRA JULIAN ASSANGE!
BLOG DA LBI 16/08/2012

Julien Assange, fundador do “Wikileaks”, encontra-se refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde o dia 19 de junho por que a qualquer momento pode ser extraditado para a Suécia onde responde por suposto “delito sexual” em um processo eivado de falsificações por agentes da inteligência ianque e britânica. Seria quase que de imediato entregue aos EUA onde será julgado, a mando do Departamento de Estado ianque, em tribunais especiais e militares correndo o risco de ser condenado à prisão perpétua ou até mesmo à morte. Porém, apenas hoje, 16/8, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, confirmou o asilo político, o suficiente para o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, o mesmo que defende a intervenção militar na Síria, vociferar: “Nós não iremos permitir a passagem segura do senhor Assange para fora do Reino Unido, nem há nenhuma base legal para que façamos isso... O Reino Unido não reconhece o princípio do asilo diplomático” (G-1, 16/8), não descartando a possibilidade de uma invasão da embaixada. O “Wikileaks” passou a ser conhecido no mundo inteiro quando divulgou milhares de documentos secretos do Pentágono em 2008, disponibilizados pelo soldado Manning, a verdadeira “fonte” dos “vazamentos”, condição até hoje pouco divulgada pelo próprio Assange. Enquanto isto, fora dos holofotes da mídia, Bradley Manning, após divulgar milhares de documentos secretos do Pentágono, está há mais de dois anos preso e sofrendo toda forma de tortura (física e psicológica) hoje na prisão de Fort Leavenworth: confinado à solitária, sem ascesso aos autos do processo, é mantido nu sob condições climáticas extremas. Esta é a forma que o imperialismo adota para quem ousa se confrontar com seus interesses e denuncia seus crimes: perseguição, prisão e tortura. Manning é utilizado pelo Departamento de Estado americano como “exemplo” de castigo a que estão sujeitos possíveis oponentes do regime.

terça-feira, 28 de junho de 2016

“ACORDO DE PAZ” FARC-SANTOS: VITÓRIA DA “REAÇÃO DEMOCRÁTICA” BURGUESA CONTRA A LUTA REVOLUCIONÁRIA NA COLÔMBIA... OS MARXISTAS-LENINISTAS NÃO TEM NADA A COMEMORAR!




Por Liga Bolchevique Internacionalista

Está sendo comemorado como “histórico” pela mídia mundial e os governos de todos os matizes políticos o acordo celebrado entre o governo de Manoel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Seus representantes assinaram no final desta semana em Cuba o “acordo de cessar-fogo bilateral e definitivo” após mais de meio século de conflitos no país. O acordo oficializado em Havana (sede dos chamados “diálogos de paz” entre as duas partes) inclui cessar fogo, entrega de armas e garantia de segurança para os guerrilheiros que passariam a civis. As FARC se comprometeram a depor suas armas em até 180 dias à ONU, que as destruirá e utilizará o material na construção de três monumentos. “Hoje é um dia histórico para a Colômbia”, disse Santos. Além dele, compareceram à cerimônia o comandante das FARC, Timoleón Jiménez, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, que atuou como um dos mediadores do processo. Serão estabelecidas 22 áreas de transição temporárias e 8 campos para os guerrilheiros das Farc, que devem existir por seis meses, onde os militantes entregarão suas armas e voltarão à vida civil. Os que tiverem que responder por crimes terão penas reduzidas, em alguns casos podendo ser convertidas para prestação de serviços. A negociação entre o governo de Santos e as FARC envolveram seis pontos. Quatro deles já estavam definidos: a participação política dos guerrilheiros, as drogas ilegais, o programa agrário e a justiça e vítimas. Na quarta-feira desta semana, chegou-se ao acordo sobre o quinto ponto, que é o desarmamento da guerrilha e depois sobre o sexto, que é a convocação de um referendo para aprovação popular do acordo. Acertada a entrega das armas pelas FARC e o plano de sua transformação em partido político subordinado as regras da democracia burguesa, o imperialismo ianque felicitou o governo colombiano por ter chegado a um acordo de cessar-fogo definitivo com a guerrilha: “Apesar de persistirem os desafios no momento em que as duas partes continuam negociando um acordo de paz definitivo, o anúncio de hoje representa um importante avanço para por fim ao conflito", declarou Susan Rice, assessora para segurança nacional do presidente Barack Obama. Durante seu discurso na cerimônia formal de assinatura do pacto em Havana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o cessar-fogo “fortalecerá o caminho” rumo à paz definitiva na Colômbia: “Na ONU estamos fazendo todo o possível para que este processo de negociação se transforme em uma implementação da paz. Trabalhemos juntos para que a promessa da paz que se sela hoje em Havana se torne realidade”. Também participaram do ato na capital os presidentes do Chile, Michelle Bachelet, e da Venezuela, Nicolás Maduro, para demonstrar o aval dos governos da centro-esquerda burguesa. Para entrar em vigor, o acordo de paz precisará passar por um referendo popular, a ser convocado pelo governo Santos. A Corte Constitucional ainda não se pronunciou sobre a legalidade do referendo, que caso seja convocado se tornará objeto de disputa entre Santos e o ex-presidente Álvaro Uribe. Santos, comandando um governo de “centro-direita” foi ministro da Defesa de Uribe e ordenou o assassinato do comandante Afonso Cano, mas agora é acusado de ser um “traidor” pelo seu antigo chefe. Para nós, revolucionários trotskistas, não há nada a comemorar! As “negociações de paz” com Santos e o conjunto das medidas anunciadas pelas FARC foram sendo tomadas desde 2012 no marco de uma enorme pressão “democrática” de seus “aliados”, particularmente do governo venezuelano e os irmãos Castro, comandantes da burocracia cubana, elas não fortalecem a luta revolucionária na Colômbia e no mundo, na verdade a sabotam . A ofensiva militar imperialista na Líbia e na Síria, apoiando-se na onda de “reação democrática” que varre o Oriente Médio, é a prova do que afirmamos. Frente a essa conjuntura dramática, os revolucionários bolcheviques criticam publicamente as decisões tomadas pela direção das FARC porque estas medidas desgraçadamente levam paulatinamente à sua rendição política e não “só” militar. Através de concessões crescentes se aposta na via da conciliação de classes e na política de integração ao regime títere como prega Piedad Córdoba e seu movimento “Colombianos pela Paz”. Na Colômbia, mais que em qualquer outra parte do mundo, hoje a simples luta sindical contra os patrões e as multinacionais exige a ruptura do proletariado com os limites da legalidade burguesa e a construção de milícias operárias armadas para desarmar os exércitos paramilitares e as escaramuças do aparato repressivo. Não é por acaso, que os mesmos moralistas pequeno-burgueses de “esquerda” se mostram tão preocupados com os danos que os métodos da guerrilha causam à consciência e à organização dos trabalhadores, sejam incapazes de conclamar a organização de milícias operárias para combater o assassinato sistemático de trabalhadores pelos bandos armados burgueses. Isso acontece porque tal tarefa deve ser encabeçada por um genuíno partido trotskista completamente independente da opinião pública burguesa e de sua moral, armado de um programa revolucionário capaz de preparar pacientemente a insurreição das massas colombianas. É vital para o movimento de massas colombiano organizar milícias operárias tão fortes que sejam capazes de acaudilhar atrás de si as organizações guerrilheiras, submetendo-as militarmente à democracia das assembleias proletárias para desarmar o aparato repressivo oficial e paramilitar assassino.


Os “acordos de paz” celebrados hoje são fruto de um processo de iniciou sobre a pressão direta de Hugo Chávez já em 2008. Não esqueçamos que dias após os guerrilheiros das FARC terem sido massacrados pelo governo Uribe, cujo ministro da defesa era Manoel Santos, em uma operação militar conjunta com o imperialismo ianque no Equador, Hugo Chávez defendeu que as FARC entreguem as armas: “Que (as Farc) entreguem as armas, que formem um partido político, mas que não lhes matem” (Folha On Line, 07/02/2008). Agora seu “pedido” começa a tornar-se realidade. Tal declaração tratou-se de um chamado à completa rendição militar das FARC pela via de um acordo para esta se integrar ao simulacro da democracia burguesa colombiana. A proposta tem como consequência direta e prática não só o enfraquecimento político da guerrilha, mas a sua completa exterminação física, tendo em vista a experiência das próprias FARC, que na década de 80 deslocou parte de seus quadros para a constituição da Unidade Patriótica e impulsionou um partido político legal, tendo como resultado o assassinato de cerca 5 mil dirigentes pelas forças de repressão do Estado, pilar-mestre da democracia bastarda colombiana. Essa tragédia teve como base as mesmas ilusões reformistas hoje patrocinadas. Ao narcotraficante regime burguês colombiano não interessa sequer a conversão da guerrilha em partido político desarmado, apenas sua extinção. Ainda que consideremos justo que as FARC tomem medidas de autopreservação neste momento delicado do combate, pois a guerrilha tem todo direito de negociar a liberdade de seus presos políticos através da troca de reféns, definitivamente não é anunciando o desarmamento total e sua integração ao bastardo regime democrático o melhor caminho para se defender dos ataques do genocida regime colombiano, muito menos tendo ilusões de que este possa chegar a algum acordo com a guerrilha que não seja baseado na sua liquidação enquanto força política e militar.

Somando-se ao coro reacionário daqueles que responsabilizam os “métodos” das FARC pela ofensiva militar do governo Colombiano, ou seja, o uso da luta armada e da captura de prisioneiros de guerra, na época Chávez instigou as FARC a “que humanizem a guerra, que não utilizem o sequestro como uma arma” (Idem). Fidel também aconselhou a guerrilha a libertar incondicionalmente os que continuavam retidos: “Critiquei com energia e franqueza os métodos objetivamente cruéis do sequestro e a retenção de prisioneiros nas condições da selva. Mas não estou sugerindo a ninguém que deponha as armas, se nos últimos 50 anos os que o fizeram não sobreviveram à paz. Se algo me atrevo a sugerir aos guerrilheiros das FARC é simplesmente que declarem por qualquer meio a Cruz Vermelha Internacional a disposição de pôr em liberdade os sequestrados e prisioneiros que ainda estejam em seu poder, sem condição alguma” (Cubadebate, 05/07/08). Em 2012 o conselho de Fidel começou a ser “atendido” e agora virou a base do acordo, no lastro do próprio pacto celebrado recentemente entre a burocracia castrista e Obama que vai acelerar a restauração capitalista.

Diante do cerco crescente neste momento de maior fragilidade das FARC, os marxistas revolucionários sempre declararam seu apoio incondicional à guerrilha diante de qualquer ataque militar do imperialismo e do aparato repressivo de Santos. Simultaneamente, apontamos como alternativa a superação programática da estratégia reformista da direção das FARC baseada na reconciliação nacional com a oposição burguesa e a unificação da luta armada com o movimento operário urbano sob a estratégia da revolução socialista para liquidar o regime facistóide e organizar a tomada do poder pelos explorados colombianos. Defendemos que uma política justa para o confronto entre a guerrilha e o Estado burguês passa por aplicar a unidade de ação contra Santos, com a mais absoluta independência política em relação ao programa reformista das FARC. Ao lado dos heróicos guerrilheiros das FARC e honrando o sangue derramado pelos comandantes Afonso Cano, Manuel Marulanda e Mono Jojoy, que morreram em combate, apontamos como alternativa programática a defesa da estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado, sem patrocinar nenhuma ilusão na possibilidade de construir uma “Nova Colômbia” sem liquidar o capitalismo e seus títeres, como hoje desgraçadamente defende o atual comandante das FARC, Timoleón Jiménez.

As “negociações de paz” com Santos e o conjunto das medidas anunciadas pelas FARC são apoiadas pelo conjunto da esquerda mundial e os governos “progressistas” da América Latina. Elas estão sendo tomadas no marco de uma enorme pressão “democrática” dos “aliados” da guerrilha. A centro-esquerda burguesa na Colômbia apoiou as “negociações de paz”. Omer Calderón, presidente do partido colombiano União Patriótica (UP) junto com o Polo Democrático chancelaram as iniciativas de Santos em torno do tema. Calderón destacou que a expectativa do povo colombiano é que as negociações de paz avancem para que prevaleça a democracia no país e que o fim das agressões a militantes populares. Lembremos que por conta desta mesma política suicida a União Patriótica, surgida em 1985 teve dois candidatos presidenciais seus mortos (a candidata atual, Aida, também sofreu atentado recente do qual escapou). 5 mil militantes da UP foram assassinados incluindo oito congressistas, 13 deputados, 70 vereadores, 11 prefeitos. As “negociações de paz” entre as FARC e o governo Manuel Santos, saudadas pela esquerda reformista nacional e internacional como um grande avanço, mostraram sua real face macabra desde que começaram: mais de 200 guerrilheiros mortos desde 2012 até agora. Não esqueçamos que em meio aos “diálogos” o governo anunciou novos investimentos no combate às FARC e a aproximação com a OTAN, tanto que a proposta de formalizar um cessar-fogo durante as “negociações” foi rechaçada pelo presidente colombiano várias vezes até a celebração final. Como observamos, trata-se de uma farsa montada justamente para eliminar fisicamente a guerrilha, como a LBI já denunciava quase isoladamente na “esquerda” quando se anunciou o acordo costurado por Chávez e Fidel entre a guerrilha e o governo capacho do imperialismo ianque. Na verdade está em curso uma ofensiva geral contra a guerrilha pela via da “reação democrática” no lastro do recrudescimento global da ação do imperialismo contra os povos, nações e forças políticas que são obstáculos a seus ditames, como as FARC, a Síria e o Irã, alvos imediatos da sanha imperialista.

Fica cada vez mais claro que a única “paz” que sairá destas negociações é a dos cemitérios, já que desgraçadamente as vidas dos heroicos combatentes das FARC foram sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia e do imperialismo. Não resta dúvida que Santos e Uribe são dois lados da mesma moeda na política de eliminação física e política da FARC patrocinada pelo imperialismo ianque, sendo o atual presidente partidário de uma orientação que está sendo bem mais sucedida que a do chacal Uribe, de quem foi ministro da defesa, já que vem neutralizando tanto a guerrilha como a própria “esquerda” colombiana. A direção da guerrilha nos últimos anos veio cada vez mais apostando em uma ilusória solução negociada para o enfrentamento que já dura várias décadas. Tanto que as FARC anunciaram que pretendem formar um partido político submetido as regras da democracia burguesa. A história está prestes a se repetir na Colômbia, desta vez como uma segunda tragédia, posto que as FARC parece ter esquecido o desastre do passado quando se “converteu” em partido institucional, em nome da “paz” e teve a maioria de seus quadros dirigentes assassinados pelo regime burguês. Por esta razão, denunciamos este acordo e o consideramos parte da estratégia de Obama de deixar como seu legado não só a reaproximação com Cuba, mas a aniquilação das FARC pela via da "reação democrática".

sábado, 25 de junho de 2016

VITÓRIA DO BREXIT ABRE A SENDA PARA REORGANIZAÇÃO DO IMPERIALISMO FASCISTA EUROPEU



Por Liga Bolchevique Internacionalista

A derrota da campanha eleitoral do "SIM" no plebiscito pela permanência ou não da Inglaterra no marco da União Europeia, terá consequências diretas no processo de reorganização do fascismo europeu, agora impulsionado a ingressar em uma escala estatal. A renúncia do primeiro ministro David Cameron (Partido Conservador) é um sintoma imediato de que as forças políticas do fascismo, agrupadas na campanha do "NÃO" se preparam para governar o Reino Unido nas próximas eleições de outubro e estender sua influência para os aliados franceses da Frente Nacional. Nigel Farage, dirigente do partido neonazista de extrema direita UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), um dos líderes da campanha pelo "NÃO" declarou o 24 de junho como o “Dia da Independência” do Reino Unido. É bem verdade que segmentos importantes do Tory (Partido de Cameron) também comemoraram a decisão "popular" pela saída da UE, como Boris Johnson, ex-prefeito de Londres. Cameron decidiu-se opor a campanha do "BREXIT" sob pressão direta de seu chefe ianque, Barack Obama, e de seus pares do imperialismo alemão e francês, porém estava consciente dos riscos que corria caso fosse derrotado: perder o governo e rachar seu próprio partido, conduzindo a um inexorável triunfo da extrema direita nas próximas eleições para o parlamento. O Partido Trabalhista envidou todos seus esforços políticos e materiais pela vitória do "SIM", com seu "renovado" líder de "esquerda", Jeremy Corbyn, prometendo lutar por "medidas anti-recessivas" e " mudanças políticas" na política conservadora da cúpula estatal europeia. Nem mesmo a rara unidade entre o Labour Party e o Tory foi suficiente para deter a "avalanche" de descontentamento popular com os ajustes neoliberais exigidos pela União Europeia. Na ausência de um partido revolucionário de massas que impulsionasse uma outra campanha pela "União das Repúblicas Socialistas da Europa", o neofascismo xenófobo saiu vitorioso, nada a comemorar! Entretanto uma parte da esquerda revisionista se perfilou com a direita pelo "BREXIT", como os Morenistas, e outra pela abstenção no referendum como o PTS argentino, por exemplo. Na própria UK houve uma tímida e covarde participação política da esquerda no plebiscito, como o SWP que apoiou envergonhadamente o "NÃO" (Left Exit)". Na verdade a esquerda revisionista do Trotskismo esperava que Labour Party e Corbyn convocasse o voto crítico pelo "Não", como forma de abater Cameron e fincar a "bandeira" antineoliberal, não ocorreu e "BREXIT" ficou integralmente nas mãos da direita neofascista com seu discurso reacionário do "medo da imigração". É óbvio que muito além das questões institucionais está em jogo neste "BREXIT" poderosos interesses de mercado do imperialismo ianque, que apontavam para manter a subordinação comercial da Europa a indústria dos EUA. É neste ponto que se concentra o papel econômico da UK, um forte entreposto comercial dos EUA no mercado comum europeu. Obama já afirmou que aceitará a derrota mas que a decisão dos ingleses trará mais recessão e desemprego, ao contrário das expectativas populares do "NÃO", que saiu amplamente vitorioso em todas as regiões operárias do país. Os Marxistas Revolucionários não nutrem ilusão alguma na unidade do capital financeiro europeu celebrada no Tratado de Maastricht, porém não podemos assistir passivos a ofensiva fascista protoimperialista ganhar fôlego com o triunfo do "BREXIT". Sabemos historicamente que o nazismo necessita controlar um forte estado nacional para "desafiar" seus concorrentes imperialistas "democráticos", a Inglaterra pode servir de escada para esta escalada mundial, ao contrário da Alemanha atual que não possui contingente militar autônomo da OTAN. Sabemos muito bem que a besta do fascismo não será derrotada pelas urnas, mas isto não deve significar a adoção de nenhum tipo de abstencionismo político por parte da vanguarda mais consciente do proletariado europeu e mundial. Como Trotsky nos ensinou a negativa de conformar a frente única eleitoral entre o PC alemão e a Social Democracia custou o preço político da chegada de Hitler a chancelaria do Reischstag...

quarta-feira, 4 de maio de 2016

DILMA “ECOA” PROPOSTA DA ANTECIPAÇÃO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, “GOLPISTA” TAMBÉM?



Por Liga Bolchevique Internacionalista

Após o Primeiro de Maio onde “esbanjou” sua estratégia de colaboração de classes com a burguesia, sendo ovacionada pela esquerda corrupta como o PCdoB e PCO traidores da independência de classe do proletariado, Dilma mobilizou seu staff político para “ecoar” nos circuitos dos movimentos sociais sua proposta de antecipação das eleições presidenciais. A presidente pode encaminhar ao Congresso a proposta de emenda constitucional que prevê o encurtamento de seu mandato e novas eleições em outubro, juntamente com as disputas para as prefeituras para “emparedar” Temer, avaliam setores do PT simpáticos à iniciativa. Na última sexta-feira, Dilma despachou Wagner e Berzoini para São Paulo com o objetivo de ouvir as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo sobre a ideia. Mesmo que a proposta seja enviada ao Congresso Nacional pelo Planalto sua aprovação é considerada dificílima pelo que restou da “base aliada”. Uma PEC precisa ser votada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado e só é aprovada se obtiver apoio de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49). A anturragem Dilmista já considera perdida a disputa no Senado, caracterização completamente oposta a de Lula e do núcleo duro da tendência “Articulação” do PT. O ex-presidente tem bastante clareza de que apesar do isolamento político do governo nos bastidores podres do Congresso, onde Temer já foi até empossado informalmente, a burguesia nacional ainda não “bateu o martelo” em favor do impeachment. A prova deste fato é a própria correlação atual de forças no Senado Federal, onde a cassação definitiva de Dilma ainda está bem longe de alcançar o quórum qualificado. PT e PC do B somam somente onze votos, mas já aglutinam diante mão mais dez senadores de outras legendas, isto apesar da maioria da bancada do PDT ter se posicionado a favor do impeachment. Faltam apenas o governo cooptar mais cinco senadores, somando vinte e seis votos, contando que o presidente da Casa, Renan Calheiros declarou que não votará no julgamento da presidente (são necessários vinte e sete votos para derrotar o impeachment). Ora qualquer analista político, mesmo dos mais inexperientes, sabe que para um governo que ainda tem base social (potencial eleitoral aferido pelos próprios institutos de pesquisa) e “caneta na mão” obter cinco votos no Senado não é das missões mais impossíveis... Porém a incapacidade política de Dilma em perceber o tamanho do cerco montado pela oposição de direita (grande parte oriunda de sua própria base parlamentar) já lhe custou um “vexame” na Câmara dos Deputados. Os cinco votos que o governo necessita no Senado hoje estão agrupados em um bloco parlamentar liderado pelo ex-presidente Collor, que rompeu com o PTB para montar a chamada “Ala Moderadora”, já contando com dez adesões. Collor até pouco tempo um fiel escudeiro de Dilma no Senado, não quer declarar como seu bloco parlamentar se posicionará na votação definitiva do impeachment, por enquanto apoiam que o processo desemboque no afastamento temporário de Dilma, para depois negociarem com os dois setores da burguesia nacional em aberta disputa política, mas não dispostos a protagonizar um enfrentamento de classe, ou seja, um Golpe de Estado. A política neoliberal “convicta” de Dilma agudizou tanto a crise política e econômica, levando a uma situação que nem mesmo a burguesia mais reacionária poderia prever: um esfacelamento vertiginoso da base aliada no Congresso que “despertou” o apetite voraz da máfia do PMDB. Agora Lula e Dilma pensam de forma distinta sobre a melhor saída tática para a profunda crise política da Frente Popular, a ausência do ex-presidente no ato do Anhangabaú não foi simplesmente por “falta de voz” e sim por “falta de acordo”. As pífias medidas (pacote de bondades) anunciadas por Dilma no último domingo estão muito longe de reverterem o curso neoliberal de seu governo, as lideranças dos movimentos sociais sabem disto e por isso flertam com a proposta de encurtamento do mandato presidencial, antes considerado como “manobra golpista”. A suposta inciativa de convocação de uma greve geral pela CUT, para barrar o impeachment, se perdeu nas calendas gregas, a máscara da Frente Popular caiu e agora não se fala mais em impulsionar mobilizações populares, sequer os atos com artistas e intelectuais estão na pauta. Para o PT e seus apêndices somente estão na “mesa do jogo” institucional duas cartas: Eleições Gerais em outubro ou a “compra” de uma nova “base aliada” no Senado. As duas tentativas da Frente Popular podem afundar juntas, na completa ausência do protagonismo do movimento operário, atado a uma política criminosa de colaboração de classes diante da brutal ofensiva da direita pró-imperialista.

domingo, 17 de abril de 2016

Abriu-se, ainda que com muita dor, um novo campo de lutas...



O Partido dos Trabalhadores vulgo PT sempre foi uma farsa financiada pelo IADESIL e pela CIOLS sob o comando norte americano para dividir as forças de esquerda. Todos aqueles que o defendem são sabedores dessa tramoia e ainda assim continuaram nesta saga que sucumbiu o sentido de luta, de justiça social e o sonho de uma sociedade verdadeiramente humanitária. 

Não merecem e nunca mereceram o meu respeito... 

Podem cacarejar a vontade porque eu sei de que lado verdadeiramente se encontram: Do individualismo, da privacidade e do personalismo burguês com essência e excelência, algo nada diferente dos mercenários... 

Buscam eternamente os holofotes da política enquanto enriquecem individualmente tendo as questões sociais como a ordem do dia... Por tudo isso não titubearemos de combatê-los com todas as armas disponíveis, inclusive com aquelas de seus aliados ocultos do campo do fascismo e da reação... 

Abriu-se, ainda que com muita dor, um novo campo de lutas...

OS "TRAIDORES" DE HOJE SÃO OS HERÓIS DE ONTEM: FRENTE POPULAR SEMEOU O TERRENO DE SUA PRÓPRIA DERROTA POLÍTICA



A Liga Bolchevique Internacionalista mais uma vez sintetiza com maestria o desenrolar dos fatos neste momento histórico da nação, com a grandeza do pensamento revolucionário, sempre atualizado...


Parece um cenário surreal, montado pelo mestre Salvador Dalí, onde os pérfidos "traíra" de hoje são os mesmos heróis de ontem. Estamos é claro falando dos "capitães do golpe" parlamentar contra o governo Dilma, começando pelo comandante em chefe do seu  "Estado maior", Michel Temer, que não faz muito tempo foi alçado à função política de "primeiro ministro" informal da gestão petista em plena crise institucional. A "tropa" dos bandidos chefiada agora por Temer é formada por velhos parceiros do PT, que desde 2002 seguiram em aliança eleitoral com Lula para garantir a continuidade do programa neoliberal do falido tucanato. São na verdade a mesma "base aliada" parlamentar das quatro gerências estatais consecutivas da Frente Popular. A conjuração de quadrilheiros que hoje saliva por ocupar o Palácio do Planalto, abarcando figuras de proa como Sarney, Cabral/Pezão, Maluf, Kassab, Padilha, Jucá etc...ainda conta com um "generoso" naco da fatia estatal, sob controle atual do PT.  Eram considerados amigos fiéis do projeto estratégico de colaboração de classes da Frente Popular. Estiveram juntos e sem manifestar divergência alguma na aplicação do covarde ajuste neoliberal contra os direitos dos trabalhadores.

 Porém a conjuntura "virou" mas grande parte do "trabalho sujo" já foi realizado por Dilma, que neste momento já pode ser descartada em meio a profunda recessão econômica capitalista que se avizinha. As hienas "ex-aliadas" estão sedentas pela "carcaça" do Estado burguês que a Frente Popular deixou de herança após a "fartura" das commodities no mercado mundial. Entretanto existem ainda, fruto desta época, as reservas cambiais do país  depositadas no FED e quase sem rendimento algum, enquanto nosso "patriota" BC paga aos rentistas da dívida interna juros reais de cerca de trinta por cento ao ano (Selic+Spread). Bastou a menor e inofensiva ameaça dos "neodesenvolvimentistas" do PT em "mexer um pouco" nas reservas cambiais para induzir o reaquecimento da economia, para que a chamada "base aliada" se insurgisse contra o governo, seguindo a orientação do "farol" da Casa Branca.

 O resultado político foi explosivo para Dilma, gerando a fusão de todas as forças oligárquicas do país, antigas aliadas do PT, com a oposição da direita tucana e seu braço midiático "global". É bem verdade, para se fazer justiça com a história, que não se pode qualificar a falange de criminosos comandada por Temer de "traidores", se alguém traiu nesta "novela" de rapinagem foi o próprio PT que enganou o povo brasileiro com o discurso do combate a retirada dos direitos sociais e econômicos, isto sem falar da prometida "veste ética" da gestão estatal. O caráter social da composição política dos governos petistas (PMDB, PP, PSD, PTB, PR PDT etc..), não deixava qualquer dúvida acerca do programa capitalista neoliberal impulsionado contra a classe operária e o povo pobre. Porém a burguesia nacional segue dividida mesmo diante da debandada palaciana. 

O placar do impeachment na Câmara tende a ser definido por uma diferença de apenas dez votos. Um governo com o timbre "Temer" é absolutamente temerário para os interesses do capital financeiro. A saída preparada pelas classes dominantes diante do debacle político do governo Dilma passa pela convocação de novas eleições, possivelmente em 2017. Foi sintomática e lúcida a declaração proferida ontem (15/04) pelo patrono da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro: "Um governo Temer não vai resolver o problema da corrupção no Brasil". Moro pretende ocupar ele mesmo a cadeira presidencial e assim iniciar um governo com características bonapartistas no país, sob o mito de "erradicar a corrupção". A tentativa da esquerda reformista em apresentar a "rasteira" parlamentar do até ontem "fiel" PMDB contra Dilma como um "golpe de estado" é completamente ridícula.

 A verdadeira mudança no regime institucional vigente está sendo maturada com o desenrolar da operação "Lava Jato", a qual o PT e seu governo continuam apoiando cegamente! Falar em "atentado a democracia" os que defendem uma lei antiterrorismo para criminalizar os movimentos sociais e silenciam sobre os massacres diários das PM's contra negros e pobres das periferias, seria cômico se não fosse trágico, ou seja, estes covardes senhores governam a nação! Sobrevivendo ou não a batalha do próximo domingo, a Frente Popular está gravemente ferida (não completará seu mandato), mas já causou o maior prejuízo político as futuras gerações de militantes de esquerda ao cultuar o altar da democracia burguesa como a "pauta sagrada"  da luta dos trabalhadores. Para os Comunistas Revolucionários o norte do socialismo e da demolição do regime da democracia dos ricos continua sendo a nossa chama de combate!

domingo, 3 de abril de 2016

BURGUESIA SE ASSUSTA COM A VORACIDADE DOS ABUTRES TEMER E CUNHA, SINALIZANDO UM “ACORDÃO NACIONAL” PARA SEGURAR UM POUCO MAIS DILMA E ANTECIPAR ELEIÇÕES COM O AVAL DO PT



O que eu posso dizer diante dessa conjuntura seria o mínimo e, é que as pretendidas 'novas eleições' enterrariam o PT e ressuscitarão alguns manda-chuvas endiabrados da ditadura militar passada. Trata-se do ex capitão e atual Deputado Federal (por sete mandatos consecutivos) Jair Bolsonaro que, tendo desembarcado do PP (ex ARENA-PDS-PPR-PPB) conta com milhões de seguidores (sic) Brasil afora. Eis ai o grande risco para a democracia participativa até então sobrevivente. Não há como dizer que a lei antiterror parida pelos petistas poderá ser utilizada pela primeira vez num governo Bolsonaro, justamente contra os seus criadores... Enfim, é apenas a minha opinião sobre um tema que aparentemente passaria despercebido...


A cena dos carniceiros do PMDB, com o protagonismo dos bandidos Cunha, Padilha e Jucá, anunciando o rompimento do partido com o governo Dilma foi emblemático. Nem as frações mais reacionárias da burguesia podem admitir que este bando mafioso possa se constituir como uma alternativa de poder diante da crise política. Uma vitória do impeachment nestas condições políticas só poderia trazer mais instabilidade social ao país, fator que o capital financeiro abomina para a realização de seus lucros. Refletindo esta situação o STF em sua última sessão plenária de quinta-feira decidiu por ampla maioria referendar a posição do ministro Teori em “blindar” temporariamente Lula, praticamente garantindo sua nomeação ao Planalto. As classes dominantes não visualizam um cenário onde a crise política venha a se avolumar com uma saída muito “traumática” da gerência petista. Por isto a burguesia trabalha com a opção de um “compromisso” onde a Frente Popular aceite encurtar o mandato de Dilma, abrindo a possibilidade da convocação de eleições presidenciais, onde sua “grande aposta” seria facilmente vitoriosa, estamos falando obviamente do candidato a neobonaparte Sérgio Moro. Por outro lado, as manifestações de dia 31 de Março demonstraram o poder de mobilização da Frente Popular em negociar com a burguesia uma “saída honrosa” para a crise do governo Dilma. As manifestações massivas desta quinta-feira, quando se completavam os 52 anos do golpe cívico-militar de 1964, demonstraram claramente que não será fácil “empossar” Temer na Presidência da República via o um “impeachment” comandado por Eduardo Cunha. Há forte resistência popular e dentro da classe dominante. Seria uma situação que geraria profunda instabilidade política no regime democratizante, podendo até fortalecer posteriormente o próprio PT. Não por acaso, Renan criticou publicamente a decisão do PMDB de romper com Dilma “precipitadamente” e o governo ganhou a batalha no STF garantindo a Lula o Foro Privilegiado para investigações na condição de futuro Ministro da Casa Civil. Essas sinalizações apontam que setores mais “iluminados” da burguesia trabalham com um plano mais estratégico, como um novo “pacto social” ou se não vingar a cassação do mandato via o TSE e a convocação de novas eleições, no caso da cassação da chapa Dilma-Temer ocorrer com menos de dois anos de mandato . O certo é que a burguesia e o imperialismo não podem simplesmente descartar o PT que demonstrou ter um forte enraizamento social e apoio de amplos setores da chamada “sociedade civil” como a CUT, CNBB, MST, MTST, agrupando em torno da defesa da democracia (como um valor absoluto) um amplo espectro político que vai de intelectuais progressistas, juristas, sindicalistas, artistas até setores da chamada “oposição de esquerda” como a ala majoritária do PSOL. O fato é que a transição para a ascensão do Bonaparte Moro não pode sair simplesmente de um “golpe institucional” feito às pressas pelos canalhas ultra corruptos Cunha-Temer. Essa fórmula não se sustenta, sequer tendo apoio da Rede Globo. Moro (treinado pelo Departamento de Estado ianque) parece ser a “carta na manga” sobre o controle direto da Famiglia Marinho, que não deseja cometer o erro de apoiar um aventureiro como Collor em 89, que depois saiu de seu controle. Nesse sentido, a Operação Lava Jato, em um claro curso de perseguição política a Lula decretou a prisão de atores envolvidos no assassinato de Celso Daniel e dos empréstimos negociados por Bumlai. Moro visa desgastar a imagem do ex-presidente para que ele esteja desmoralizado para uma possível disputa eleitoral futura, senão preso (o que seria mais improvável pela comoção social que geraria). De nossa parte, caracterizamos que este dia 31 foi um palco para a Frente Popular demonstrar força política e eleitoral assim como organizar em torno de si seus aliados burgueses, como os irmãos Gomes (PDT), a ala governista do PSB (Ricardo Coutinho, Capiberibe) e as pequenas siglas fisiológicas burguesas (PSD, PP, PR, PRB) com a promessa de que serão premiadas com novos ministérios. Os atos do 31 foram importantes nesse sentido, não serviram para combater o ajuste neoliberal e os ataques do governo Dilma aos trabalhadores, essas demandas ficaram totalmente subordinadas à defesa do governo burguês do PT e da “democracia universal”. Por sua vez, o 1º de abril convocado pela Conlutas-PSTU foi um tremendo fiasco porque não consegue se constituir como uma mobilização independente da direita e seu “Fora Todos” acaba flertando com a “reação golpista”. O momento agora é de organizar uma saída operária e socialista diante da crise do regime da democracia dos ricos e do governo do PT combatendo no curso dessa perspectiva a ofensiva da direita fascista. Trata-se de caminhar no “fio da navalha” para não capitular a Frente Popular e jamais fortalecer a reação burguesa, combatendo a política de colaboração de classes do PT em uma perspectiva revolucionária que vá além do jogo eleitoral como desejam as frações burguesas em disputa.

sábado, 2 de abril de 2016

DEPOIS DE DESTRUIR NOSSO PRESENTE, O PT QUER ROUBAR-NOS O FUTURO.

EM 26 DE AGOSTO DE 1999 A ESQUERDA QUE HOJE GEME COM O IMPEACHMENT QUERIA A SAÍDA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. O LEMA ERA: FORA JÁ! FORA JÁ DAQUI, O FHC E O FMI!!


Grande Celso, sintetizou tudo sobre a hipinose golpista dos petrolão e a farsa petista.

De fato, na era Collor de Melo o impeachment não era considerado golpe porque está previsto na constituição como uma arma letal popular, jurídica e política. Logo a seguir houve uma tentativa de provocar o impeachment de Fernando Henrique Cardoso, político este que eu havia votado em 1978 e também fui cabo eleitoral nos anos 80 durante as eleições para a prefeitura de São Paulo. Em 1999 participei da marcha dos 100 mil como militante do PSTU e tentamos derrubá-lo (injustamente) e faço aqui uma mea culpa... O impeachment não era golpe, era de fato um ferramenta importante que sintetizava a democracia, mas hoje o PT a demoniza taxando-a de Golpe. Golpe é o fiafó do capeta que peida e caga fedido e os petistas amam...

Por Celso Lungaretti - Jornalista e escritor
O jornalista, sociólogo e geógrafo Demétrio Magnoli é um dos autores independentes que a parcela autoritária da nossa esquerda (cujo vezo stalinista se mantém até hoje) sataniza e desqualifica por não ter cafife intelectual para confrontá-los no campo das ideias. 

Como faço questão de manter-me bem longe dessa mentalidade de torcidas organizadas do futebol, leio sempre a coluna do Magnoli, às vezes concordando, outras discordando. Seus piores textos, pelo menos, estimulam-me a refletir sobre tendências e acontecimentos importantes. Já do samba de uma nota só dos blogueiros chapa-branca, cujo trabalho tem caráter meramente propagandístico (apoiam o governo até mesmo quando ele adere ao neoliberalismo!), nada se aproveita.

Vou ser sempre grato ao Magnoli pela tunda de fazer dó (vide aqui) que aplicou no Mino Carta, uma das maiores farsas paparicadas pela esquerda que virou suco, o homem que bajulava Médici e ajudou Berlusconi a perseguir Battisti.

Neste sábado (2), ele nos oferece uma análise irrepreensível do porquê de o PT estar estuprando gritantemente a verdade e difundindo uma versão fantasista, digna de Goebbels, acerca do impedimento de Dilma Rousseff pelas vias constitucionais. 

Os papalvos que engolem a patranha do golpe e a ecoam nesciamente por aí, não estão sequer participando de uma última tentativa de salvar o mandato da presidente, pois este se encontra além de qualquer possibilidade de salvação.

Estão, isto sim, ajudando o PT no propósito de manter-se como força hegemônica da esquerda mesmo depois do desastre atual

Ou seja, após engendrar a pior recessão brasileira de todos os tempos, sacrificando miseravelmente os explorados, excluídos e o povo em geral, além de enlamear a imagem da esquerda como nunca dantes ela fora emporcalhada neste país, o PT ainda quer abortar o processo de crítica e autocrítica que sobrevém às grandes derrotas, para a necessária definição de novos rumos e posturas.

Já destruiu nosso presente e quer roubar-nos o futuro.

Para quem ainda ousa pensar com a própria cabeça, ao invés de seguir a manada, é um texto obrigatório.

O GOLPE DO "GOLPE"
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Por Demétrio Magnoli
O kirchnerismo caiu numa disputa eleitoral. Derrotas nas urnas são contingências normais do jogo político. O lulopetismo encara a perspectiva de uma catástrofe: a humilhação histórica de um impeachment sustentado pela maioria esmagadora da população. É diante desse abismo que seus dirigentes formularam a narrativa do golpe

Ela não se destina a salvar o mandato agonizante de Dilma Rousseff, mas a resgatar os responsáveis pelo desastre. "Golpe" é a palavra escolhida para hipnotizar a base militante petista no pós-Dilma, congelando o debate interno e salvando a liderança política de Lula.

Os dirigentes petistas não são néscios. Eles não acalentam a pretensão exorbitante de persuadir a sociedade com o conto de um "golpe" que segue a Constituição e as leis, num processo definido milimetricamente pelo STF. 

Da mesma forma, sabiam que a ofensiva na imprensa internacional, por meio de entrevistas de Dilma e Lula de denúncia do "golpe", provocaria irônica perplexidade entre os correspondentes estrangeiros. Foi pior que o 7 a 1: o governo brasileiro e, por extensão, o próprio país, converteram-se em objeto de piada e escárnio. Mas isso estava na conta. É uma prestação a pagar pelo objetivo maior.

Um quarto de século atrás, combativos parlamentares do PT clamavam pelo impeachment de Collor argumentando que a legitimidade das urnas não colocava o presidente acima da ordem legal. Se houvesse hoje um golpe em curso, Dilma recorreria à Constituição para abortá-lo, invocando perante o Congresso a necessidade de decretação do estado de sítio. 

Mas, como o "golpe" não é golpe, a presidente nada solicitou aos parlamentares que se preparam para apeá-la legalmente. O público-alvo da lenda do "golpe" é a área de influência do PT. Os militantes não precisam acreditar na cantiga de ninar. Basta que a assumam como benevolente autoilusão: um truque capaz de aplacar as angústias de quem acompanhou uma trajetória de degradação política e ética.

O governo foi escorraçado pela nação, experimentando o desprezo do povo, o abandono dos empresários, a traição de uma elite política que compartilhava o poder. Essa narrativa sobre o encerramento melancólico do longo ciclo de poder do PT solicitaria uma implacável revisão crítica interna. Seria preciso identificar erros de natureza política, ideológica e metodológica, para começar outra vez, sobre um mármore limpo. Como aconteceu com veneráveis partidos europeus, a refundação implicaria uma renovação na cúpula dirigente. O "golpe" nasceu para cortar essa hipótese pela raiz. É uma narrativa que serve aos interesses de Lula, mas sabota o futuro do PT.

Desde a redemocratização, quase todas as correntes de esquerda no Brasil assumiram posições à sombra do guarda-chuva de Lula. O controle lulista sobre a esquerda acentuou-se nos mandatos do ex-presidente, que lançou mão de financiamentos oficiais indiretos para subordinar os chamados "movimentos sociais" ao Palácio. 

Contudo, nos últimos anos, sob os impactos dos escândalos de corrupção e do esgotamento das políticas de estímulo ao consumo, fragmentos da esquerda (como o Psol e o MTST) adquiriram autonomia, esboçando desafios à hegemonia lulista. A segunda finalidade da farsa do "golpe", que complementa a primeira, é restabelecer uma ordem abalada.

A narrativa de um governo que fracassou politicamente depois de se associar ao alto empresariado numa vasta trama de corrupção serve como bandeira para reaglutinações da esquerda longe da sombra de Lula. Já a narrativa do "golpe das elites" contra o "governo popular" congela os movimentos de ruptura, reinserindo-os na órbita lulista. 

O golpe do "golpe" tem a função de estender o regime de servidão voluntária da esquerda para além da queda de Dilma. Nesse sentido, funciona, como se viu nos atos "contra o golpe" do 31 de março.

quarta-feira, 30 de março de 2016

LBI SOLIDARIZA-SE COM O PCB ANTE AO COVARDE ATAQUE DA FAMIGLIA MARINHO QUE VINCULOU DE FORMA CALUNIOSA O PARTIDO AS “DOAÇÕES” DA ODEBRECHT! ABAIXO A FARSA VIL MONTADA PELA REDE “GLOBESGOTO” E A OPERAÇÃO LAVA JATO!



Não pretendo aproveitar essa publicação do Comitê Central da LBI pra tirar qualquer tipo de vantagem ou promoção pessoal que tenho dúvidas se eventualmente me trariam. A verdade é que como ex militante histórico do PCB, ex delegado no Congresso (do racha) e candidato derrotado ao Comitê Central do partidão nos anos 90 eu tenho plena convicção de que o Partido Comunista Brasileiro jamais aceitaria qualquer tipo de benesses ou ajuda financeira senão a do próprio fundo partidário (direito este inerente a todos os partidos políticos da federação). Ora, eu falo isso porque este comportamento ético é uma praxe e regra pétrea do partidão. 


Fui candidato a Vereador no ano de 1992 e minha campanha foi completamente paupérrima, diferentemente de outros partidos que tinham uma vida financeira saudável, haja visto que ainda estávamos numa luta pelo espólio do partido que o novo PPS que fora fruto do racha do PCB teimava e ter para si. O partido jamais aceitou e jamais aceitará qualquer tipo de ajuda de quem quer que seja, senão de sua própria militância ou do estado em regra geral para todos os partidos... Não tenho motivos diferente para estar defendendo senão pela própria moral do partido que militei, ainda que eu esteja trilhando o fabianismo em outro partido político. Sei da mancada que o Mauro Iasi deu recentemente, mas isso não tira a argumentação verdadeira da honestidade de seus militantes. Diferente de certos militantes. eu assisto sim a rede Jornal da Globo e também gosto de muitos de seus programas, mas a verdade seja dita e neste sentido essa matéria abaixo vinculando nomes do partidão foi a maior mancada e cagadona da Globo..



A Direção Nacional da LBI vem a público se solidarizar com o PCB contra o ataque venal e calunioso que o partido foi alvo por parte da Rede Globo e da mafiosa Famigilia Marinho. Através do seu gigantesco aparato de alienação de massa e usando como porta-voz o ventríloquo William Bonner no Jornal Nacional, a “GLOBESGOTO” acusou o PCB no último dia 23 de março e em “horário nobre” de receber doações da Odebrecht por um suposto militante do partido de Alagoas integrar a planilha da empreiteira divulgada pela PF no âmbito da famigerada Operação Lava Jato, sendo o PCB apresentado como “mais um” dos partidos do regime comprado pelos capitalistas. A mentira repugnante foi reproduzida no portal G1. Não serão nossas divergências políticas e programáticas públicas com o PCB que nos farão vacilar em denunciar tal engodo montado pela Rede Globo, apoiadora confessa do golpe de 64, da genocida ditadura militar, da tortura aos militantes de esquerda e anticomunista ferrenha, que agora mais uma vez redobra sua sanha em apoio descarado à escalada fascista “verde-amarela” em curso no Brasil contra o governo neoliberal do PT e para atingir as mais elementares liberdades democráticas em nosso país. A mesma certeza, obviamente, não podemos ter do PSOL, já que este partido aceita estatutariamente doações “legais” da burguesia, como fez Luciana Genro em sua última campanha eleitoral com a Gerdau e o Grupo Zaffari, produto de seu programa abertamente reformista. Imediatamente, a Comissão Política Nacional do PCB esclareceu que o tal “Jorge VI” não é ou foi ligado ao partido, trata-se sim de um carreirista político burguês filiado ao PSDB de Alagoas. Como afirma a nota do PCB “No caso da ‘denúncia’ ligada ao nosso Partido, depois de pesquisarmos todas as planilhas divulgadas, descobrimos que aparece estranhamente a sigla PCB, como supostamente tendo recebido um determinado valor. Pesquisando-se os nomes dos beneficiários das doações, identificado como sendo do PCB encontra-se apenas o nome de um certo Jorge VI, de Maceió (Alagoas). Consultando as redes sociais, os nossos registros e os registros eletrônicos da Justiça Eleitoral, descobrimos o que pode ser um erro da planilha ou uma grosseira farsa. O referido Jorge VI existe: como se vê em seu perfil no facebook, se apresenta como ‘político’ do PSDB, um profissional eleitoral. De dois em dois anos, é candidato a algum cargo: pelo PSDB (2000, 2002, 2004, 2012 e 2014) ou pelo PSC (2006, 2008 e 2010). Nunca pelo PCB!” (Nota Política: Repudiamos a menção ao PCB no escândalo das “doações” eleitorais da Odebrecht!, 23.03). Sabemos que o PCB tem como princípio não receber doações de empresas, mesmo que sejam “legais”. Nós da LBI divergimos inclusive do PCB, que deveria se recusar até mesmo a aceitar as verbas do chamado Fundo Partidário, uma forma estatal de cooptação dos partidos de esquerda por parte do Estado capitalista. Os Marxistas Revolucionários reafirmam a impossibilidade programática de serem financiados eleitoralmente (de forma institucional!) pelo Estado Burguês, considerando um gravíssimo desvio ideológico na conduta do PSTU, PCB e PCO de aceitar as verbas do Fundo Partidário. A cooptação do capital e seu Estado ocorre não exclusivamente com os partidos burgueses que realizam “negócios” vultuosos quando gerenciam a chamada “máquina pública”, também está presente nas pequenas concessões legais como o Fundo Partidário e as “generosas” indenizações estatais recebidas por militantes que lutaram contra o regime militar, uma espécie de “ressarcimento” dos agentes do capital pelos anos passados de militância revolucionária. Estes mecanismos embora “perfeitamente legais” não passam de uma forma de integrar forças políticas de “esquerda” ao regime burguês, com as verbas estatais produto da extração da mais valia do proletariado. Portanto da ótica marxista não existe diferença alguma (apenas nos volumes financeiros) dos “mimos” (legais ou ilegais) recebidos por Lula diretamente oriundos de grandes empresas ou das verbas estatais contabilizadas para o caixa partidário. Ambas são formas de corrupção do capital dirigidas ao amortecimento da luta de classes e cooptação das lideranças operárias. Compreendemos que o movimento operário e sua vanguarda classista devem combater pelo mais amplo direito de organização política, o que logicamente inclui o acesso publicitário a todos os meios de comunicação, sem que este fato possa produzir um vínculo de dependência econômica entre uma organização revolucionária e o regime burguês, seja ele por doações mesmo consideradas “legais ou institucionais”. Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários, mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das corporações capitalistas. Por fim, aproveitamos para saudar o PCB no seu aniversário de 94 anos de vida militante e esperamos que na Conferência Nacional que o partido realiza neste exato momento se aprove um programa de luta revolucionária de combate às frações burguesas comandadas pelo PT e PSDB, sem deixar de reafirmar a construção de uma Frente Única de Ação Antifascista neste momento tão delicado de nossa conjuntura e que se provou essencial na luta de classes mundial no passado (Alemanha contra Hitler) e no presente, no caso da luta de governos nacionalistas burgueses contra os “rebeldes terroristas made in CIA” na Líbia e na Síria. Acreditamos que mantendo a independência política e material diante da burguesia e de seu Estado capitalista estaremos forjando um instrumento partidário sólido e leninista capaz para levar consequentemente a luta do proletariado brasileiro rumo à vitória como parte do combate de classe pela Revolução mundial e o Comunismo.
Direção Nacional da LBI
26 de Março